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27 de Março, 2019 Artigos

10 passos para você escolher o melhor microinversor

Por João Paulo de Souza

O objetivo deste artigo é que, ao final da leitura, você tenha em mente 10 estratégias para descobrir se todo microinversor é igual e, de quebra, descobrir qual o melhor em uma comparação. Vamos descobrir agora!

Todo microinversor é igual?

Em primeiro lugar, a resposta é NÃO. Inclusive no mercado brasileiro já vi muitas marcas que aparecem, depois desaparecem, as que voltam com nome diferente e há também as que voltam com o mesmo nome, porém distribuído por outra empresa. Diante deste cenário, vamos listar 10 passos para que você possa tomar a decisão de escolher o melhor microinversor.

Você vai ver que o processo não é muito diferente daquele que qualquer consumidor de tecnologia faria, com exceção de algumas particularidades do microinversor.

Vamos à nossa checklist:

1. Potting

É um processo de preenchimento de uma montagem eletrônica completa com um composto sólido ou gelatinoso para resistência a choques e vibrações. Destina-se para exclusão de umidade ou agentes corrosivos, placas de circuitos que requerem dissipação de calor e resistência a altas temperaturas, isolamento, impermeabilização e colagem de componentes eletrônicos em geral.

Se o microinversor que você está trabalhando nesse momento ou aquele que você pretende trabalhar não possui potting, parta para outra marca agora!

1- Microinversor modelo YC-1000 da APsystems aberto para exposição do potting

Observe que não existe a necessidade de se ter uma ventilação forçada, o que significa que os microinversores podem ser selados, tornando-os ideais para aplicações onde ocorrem: névoa salina (maresia), áreas classificadas (atmosfera explosiva), ambientes com concentração de amônia (granjas) etc. Verifique também se o encapsulamento do microinversor tem grau de proteção IP67.

A seguir, temos uma relação de lugares que podem se tornar potencialmente explosivos.

Pelo vazamento de gases e vapores:
• Postos de gasolina;
• Distribuidoras de GLP;
• Hospitais;
• Estações de tratamento de esgoto;
• Galerias de concessionárias;
• Condomínios etc.

Por fibras combustíveis:
• Indústrias Têxteis;
• Papel e celulose;
• Cereal etc.

Por poeiras combustíveis:
• Indústrias alimentícias;
• Farmacêuticas;
• Carvão;
• Madeira;
• Cervejarias;
• Moinhos;
• Negro de fumo etc.

Um sistema fotovoltaico baseado em microinversores tem a função de gerar energia, não se transformar em um dispositivo pirotécnico.


2. Diferentes tipos de redes de distribuição secundária

No Brasil, há diversos padrões de rede de distribuição secundária com diversas tensões nominais. Oito delas são reconhecidas oficialmente pela ANEEL[1], conforme lista abaixo:

I. 208/120V
II. 220/110V
III. 220/127V
IV. 230/115V
V. 240/120V
VI. 254/127V
VII. 380/220V
VIII. 440/220V

Dados os vários tipos de rede (monofásica, bifásica e trifásica), é sempre bom ter à disposição um produto que atenda uma quantidade máxima de níveis de tensão existentes. Caso contrário, você terá que gerenciar vários fornecedores, treinar equipes em vários tipos de produtos com características diferentes etc.


3. Ajustes de parâmetros remotamente

Seguindo a linha de raciocínio, eventualmente será necessário fazer ajustes de parâmetros em função da rede na qual o inversor será conectado. Além disso, infelizmente observa-se a prática de algumas concessionárias em solicitar tempos de reconexão específicos, embora os equipamentos já estejam dentro do limite estabelecido pela ANEEL e testados por laboratórios certificados pelo INMETRO. Fazer estes e outros ajustes remotamente, sem necessidade de deslocamento de equipe técnica, me parece uma excelente ferramenta.


4. Vasto portfólio

Uma informação que, confesso ter me impressionado à época da descoberta, é que o microinversor trifásico YC-1000 da APsystems é o único trifásico no mercado brasileiro com potência abaixo de 10 kVA e também o primeiro e único microinversor verdadeiramente trifásico do mundo. Esta característica é muito importante, por exemplo, para edificações com instalação elétrica no padrão trifásico cujos proprietários não desejam começar com um sistema com potência superior a 10 kVA ou que simplesmente querem usufruir das características dos sistemas com microinversores.

2- Microinversores da APsystems - trifásico YC-1000 (à esquerda) e monofásico YC-500 (à direita)

E o que poucas pessoas sabem também é que esses equipamentos são capazes de operar tanto na rede 127/220V quanto na rede 220/380V sem necessidade de utilizar um transformador.

Além disso, o YC-500 opera em todas as redes de distribuição secundária reconhecidas pela ANEEL. Me parece um portfólio completo para o mercado brasileiro, o que é de se esperar do fabricante com o maior portfólio de microinversores do mundo.


5. Desenvolvimento contínuo do produto

Além dos produtos que já saíram de linha como o YC-250 e dos produtos já consolidados no mercado brasileiro como o YC-500 e o YC-1000, no ano passado, durante a Intersolar South America, a Ecori Energia Solar e a APsystems lançaram novos produtos no mercado brasileiro. São eles: o microinversor monofásico YC-600 (600 VA) para até 2 módulos e o microinversor monofásico QS1 (1.200 VA) para até 4 módulos (vide figura 3).

3- Microinversores da APsystems - monofásico YC-600 (à esquerda) e monofásico QS1 (à direita)

Uma característica especial destes dois modelos é que eles são compatíveis entre si permitindo uma modularidade e melhor relação custo-benefício na montagem dos sistemas fotovoltaicos.

Além disso, ainda está por chegar no mercado o QT2. Desta forma, os produtos acompanham a evolução do mercado.

6. Investimento em pesquisas

Para se manter atualizado e sempre estar um passo à frente às demandas de mercado, é necessário que o fabricante tenha um centro de pesquisas próprio, caso contrário um pequeno atraso no lançamento de um produto pode significar uma perda de mercado irreparável. Não à toa a APsystems é detentora de mais de 77 patentes.

Além disso, há de se destacar que a APsystems não é uma empresa voltada somente para o Hardware, mas seus profissionais sempre deram muita importância para o Software. Por falar em Hardware e Software, também é bom que você verifique se o armazenamento dos dados de geração não é perdido em casos de falta de energia elétrica, na falta de um provedor de internet ou similares. Imprevistos acontecem, mas é bom que o sistema fotovoltaico tenha meios de armazenar e apresentar suas informações de geração quando tudo volta ao normal.

7. Presença nos principais mercados

O microinversor que você deseja já foi testado nos principais mercados mundiais? É o fabricante de microinversores com maior presença mundial por estar presente em mais de 80 países? Como ele foi recebido nesses mercados? Como é o desempenho desse micro nos mercados mais consolidados e, consequentemente, mais exigentes? Como será que foi o desempenho desse micro em mercados similares ao brasileiro? E em mercados com o clima semelhante ao clima brasileiro? Será que esse microinversor está adequado para as condições climáticas de um país tropical como o Brasil? Mesmo que o micro já tenha presença no mercado local é sempre bom saber como o produto é visto lá fora e qual seu desempenho.

8. Consolidação no mercado local

Se o produto já está presente no mercado local, procure saber qual o seu fabricante e/ou qual o seu distribuidor. Quais os comentários de quem já instalou o produto? Faça uma comparação de todas as características técnicas e comerciais. Assim como um dos critérios de classificação de módulos fotovoltaicos é a sua “bancabilidade” (Bankability), com os inversores não é muito diferente. Procure saber qual o nível de “bancabilidade” do fabricante. A APsystems tem como sua maior investidora a TDG Technology (www.tdg-tech.com), uma empresa gigante que fabrica supercomputadores. Afinal, você não vai querer que o fabricante do seu sistema fotovoltaico, com 15 ou 25 anos de garantia, desapareça do mercado ou que abra falência repentinamente.

9. Garantia

As garantias dos microinversores em mercados consolidados e mais exigentes, em geral, é de 25 anos padrão. No Brasil as garantias são definidas pelos fabricantes e/ou distribuidores. A média das garantias de inversores fotovoltaicos no mercado brasileiro não é tão alta, fica em torno de 4 a 7 anos. A APsystems por exemplo, oferece uma garantia de 15 anos padrão, podendo ser estendida para até 25 anos, de modo a acompanhar as garantias dos módulos.

10. Suporte pós-venda

Por fim, é bom procurar conhecer o tipo de suporte técnico e comercial que você terá ao optar por uma determinada marca de microinversor. Quem vende o produto é o responsável por dar um atendimento pós venda, não é apenas vender. Quando um sistema fotovoltaico para de funcionar ou começa a gerar pouco, seu cliente estará perdendo dinheiro. Geralmente a hora do suporte técnico é quando são separadas as crianças dos homens.

Conclusões

Se você é um vendedor, instalador ou integrador de sistemas fotovoltaicos (atacadista ou varejista), sabe que, caso seus clientes percebam que adquiriram um produto ou sistema de segunda linha, a frustação será tão grande que eles farão questão de falar mal para todos. Lembre-se: cliente infeliz é prejuízo na certa. Depois de algum tempo, você terá que buscar um novo público.

Se você é um instalador, sabe também que não adianta você ser caprichoso e altamente profissional com o seu serviço. Seu produto em algum momento será comparado com os melhores e você não vai querer deixar a desejar, não é mesmo?

Deixei algum item de fora da lista? Conhece mais padrões de rede de distribuição aplicadas no Brasil? Já viu outro inversor trifásico abaixo de 10 kVA? Comente aqui!

Referências

[1] Tensões Nominais. Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL. Disponível em: . Acesso em 06 mar. 2019.

  Por: João Paulo de Souza

Responsável técnico da Ecori Energia Solar, especialista em sistemas fotovoltaicos com tecnologia MLPE. Possui mestrado em Engenharia Eletrônica e Computação pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica - ITA, graduação em Engenharia Elétrica Industrial e curso técnico-profissionalizante em Eletrotécnica Industrial pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão - IFMA. Membro do Comitê Técnico Brasileiro de Sistemas de Conversão Fotovoltaicas de Energia Solar ABNT/CB-003. Engenheiro de sistemas aeroespaciais na Binacional Alcântara Cyclone Space (ACS). Foi pesquisador colaborador no Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE). Trabalhou na montagem do Laboratório de Identificação, Navegação, Controle e Simulação (LINCS) no IAE.

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